A Rebelião do Homem e a Missão de Deus
O segundo “capítulo” de nosso livro é intitulado “A Queda”, ou “A Rebelião”. Porque o homem e a mulher escolheram se rebelar contra o Alto Rei dos Céus. E quando se rebelaram a morte entrou no mundo. Em primeiro lugar, a morte espiritual. O homem e a mulher foram destituídos de seu relacionamento com seu Criador. Mas após a morte espiritual veio a morte física. Agora, a morte entrou na criação.
Mas não apenas a morte entrou no mundo, como também a maldade. Em primeiro lugar, a maldade moral. Agora haveria roubo, cobiça. Haveria injustiça. Haveria adultério. Corrupção moral, maldade moral. Mas esta não é a única maldade no mundo, há também a maldade natural. Agora haveria dor de parto, ervas daninhas no jardim. Haveria terremotos, secas. Haveria tsunamis. A natureza em si está corrompida por causa da rebelião de Adão e Eva em seu relacionamento com Deus.
Mas há uma terceira forma de maldade, que é a maldade institucional. Agora pegamos coisas más e construímos leis e instituições ao redor destas ideias. Então, temos que os Estados Unidos foram fundados com a instituição da escravidão. Não como nosso ideal, mas como a realidade de onde a nação estava. Pensamos sobre o Apartheid na África do Sul. Pensamos no sistema de castas na Índia. Pensamos hoje na instituição da escravidão sexual que ocorre no mundo todo. Portanto, temos a maldade institucional. E Deus espera que seu povo assuma posição pela justiça e santidade. Não apenas compaixão a nível pessoal, mas justiça pública.
Então, se hoje você professa a Cristo, tem a obrigação pessoal de viver uma vida moral e de fazer o bem. Fazer o bem aos próximos. Porém não devemos apenas fazer o bem em segredo, mas também publicamente. Devemos nos posicionar contra a fome e a pobreza. Devemos pensar em maneiras de reduzir o impacto de terremotos e tsunamis.
E devemos também nos posicionar contra o mal institucional. Quando encontramos corrupção em nossas sociedades, devemos buscar por justiça. E levar isso a sério pode nos custar muito. Quando vemos pessoas falando publicamente mentiras que escravizam, devemos ser aqueles que falam a verdade contra essas mentiras.
E isto pode nos custar caro. Quando vemos algo feio em nosso mundo, como cristãos devemos ser as pessoas que criam beleza nas instituições nas quais participamos. Seja em nossa casa, em nossa igreja, na fábrica onde trabalhamos, na escola onde frequentamos, devemos ser pessoas que criam beleza. Devemos nos posicionar contra o mal institucional, e não apenas a maldade moral individual.
Rebelião e a solução
Abra comigo no livro de Gênesis. Vamos ler Gênesis capítulo 12, versículos 2 e 3. Deus está falando com Abrão, e Ele diz: “Te farei em uma grande nação e te abençoarei. Eu engradecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. Eu abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem, e em ti serão benditas todas as famílias da terra.”
Deus está em uma missão. E qual é essa missão? É nada menos do que a bênção das nações. Quantas nações? Poucas nações? Algumas nações? Não. Todas as nações. Deus tem um amor por nações. Entre Gênesis e Apocalipse, encontramos a palavra “nações” mais de duas mil vezes. Deus não está interessado apenas em indivíduos. Ele está interessado em nações, e em nações sendo abençoadas. E é por isso que Ele levantou Abraão.
Por que Deus abençoou Abraão? Não foi para ele mesmo. Deus abençoou Abraão para que ele fosse uma bênção para outros. E há algo que precisamos enxergar em nossa geração. Estamos sempre orando: “Deus, me abençoe! Deus, me abençoe!” E às vezes penso que a única coisa que Deus ouve de seu povo é o clamor: “Me Abençoe, Senhor! Me Abençoe, Senhor!”. Esperamos que Deus nos abençoe. E quando Ele abençoa, às vezes agradecemos, às vezes nem mesmo agradecemos, e já dizemos: “Abençoe-me novamente!”.
E, como cristãos, muitas vezes nos vemos como um reservatório vazio, e queremos que este reservatório seja preenchido com bênçãos de Deus. Mas podemos ver nesta passagem que Abraão não deveria ser um reservatório de bênçãos. Ele deveria ser um canal de bênçãos. Quando Deus abençoou Abraão, não foi para Abraão, mas para as nações. Da próxima vez que Deus te abençoar, faça esta simples pergunta: “Deus, para quem o Senhor quer que eu transmita esta bênção?”. Porque não é para você, não é para nós.
Então, Deus é um Deus missionário. Ele ama as nações, e Ele levantou Abraão para ser uma bênção para as nações. Ele levantou Moisés. E para Moisés Ele deu o Decálogo, os Dez Mandamentos.
Leis para corrigir o rebelde
E o Decálogo era para nos ensinar a vivermos vidas morais. O Decálogo é uma reflexão da natureza do caráter moral de Deus. E onde devemos procurar para saber o que significa viver uma vida moral? Devemos procurar no Decálogo.
Mas ele não serve apenas para bondade pessoal, santidade pessoal. O Decálogo estabelece a fundação para a edificação de sociedades justas. Ao viajar pelo mundo, você encontrará injustiças em toda parte. Você encontrará corrupção em toda parte. E, em muitas nações, a corrupção está crescendo. E as pessoas anseiam por justiça.
Os mais afetados pela corrupção e injustiça são os pobres. Eles são esmagados por elas. E eles anseiam por justiça, mas justiça não cai do céu. Nações justas não caem do céu. Nações justas são construídas. Mas elas precisam de um fundamento. E o Decálogo, os Dez Mandamentos, se tornam o fundamento moral para se construir leis e sistemas justos na sociedade.
Portanto, Deus levantou Abraão para ser uma bênção para o mundo. Ele levantou Moisés, e através dele nos deu o Decálogo, para que tivéssemos um fundamento sobre o qual construirmos sociedades justas.
Eu gostaria que você reservasse alguns minutos e refletisse sobre os três tipos de maldade que discutimos. Mas não apenas pense neles, faça a seguinte pergunta a si mesmo: “Como você vê cada tipo de maldade se manifestando no mundo ao seu redor ou em sua própria vida?”
Coram Deo – Retirado do Curso Básico Coram Deo © 2014 por Disciple Nations Alliance. Publicado por Disciple Nations Alliance (www.disciplenations.org) sob os termos da Atribuição Não-Comercial 4.0 Internacional. Para mais informações, acesse www.creativecommons.org.