Religiosidade ou Legalismo: Impedimentos
A religiosidade ou legalismo é uma rocha a ser tirada da estrada antes de podermos nos considerar livres para seguir em frente em nossa jornada rumo à liberdade.
Cada obstáculo que estamos estudando é um impedimento objetivo a um dos cinco principais benefícios de nossa salvação.
Você pode aprender sobre o impedimento da Incredulidade AQUI.
Muitas situações ou circunstâncias podem nos impedir de aproveitar de fato a presença de Deus. Por exemplo, não passar tempo de qualidade com ele afetará, em grande medida, nosso puro deleite em sua presença. Deixar de desenvolver uma vida de oração não apenas rouba a nossa alegria, como também pode alimentar amargura ou raiva em relação aos outros.
Mas a pessoa que estuda a palavra de Deus em profundidade e passa por uma experiência de falta de alegria no Senhor geralmente sofre de um problema conhecido por um nome muito feio: Legalismo ou Religiosidade. O termo “legalismo” não aparece nas Escrituras, mas ilustrações perfeitas desse problema estão espalhadas pela Bíblia. Veja alguns exemplos abaixo.
Saindo daquele lugar, dirigiu-se à sinagoga deles, e estava ali um homem com uma das mãos atrofiada. Procurando um motivo para acusar Jesus, eles lhe perguntaram: “É permitido curar no sábado? ” Ele lhes respondeu: “Qual de vocês, se tiver uma ovelha e ela cair num buraco no sábado, não irá pegá-la e tirá-la de lá? Quanto mais vale um homem do que uma ovelha! Portanto, é permitido fazer o bem no sábado”. Então ele disse ao homem: “Estenda a mão”. Ele a estendeu, e ela foi restaurada, e ficou boa como a outra. Então os fariseus saíram e começaram a conspirar sobre como poderiam matar Jesus. Mateus 12:9-14
Mateus 12:9-14 revela como Jesus curou um homem que sofrera desde o nascimento com uma deformação na mão. Ora, bastou uma palavra de Jesus para que ele fosse curado. Mas, como esse milagre aconteceu em um sábado, “os fariseus saíram e começaram a conspirar sobre como poderiam matar Jesus” (v. 14).
O legalismo apareceu novamente nas igrejas da Galácia. Os mestres chegaram dizendo aos novos cristãos que eles deveriam observar a lei judaica para serem salvos. Paulo “abriu o jogo” sobre o assunto:
“Nós, judeus de nascimento e não ‘gentios pecadores’, sabemos que o ninguém é justificado pela prática da lei, mas mediante a fé em Jesus Cristo. Assim, nós também cremos em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pela prática da lei, porque pela prática da lei ninguém será justificado. Gálatas 2:15,16
Nas passagens bíblicas que acabamos de ver e em muitas outras, podemos ter um retrato bem vívido do legalismo. Eclesiastes 7:20 fala com clareza a respeito da futilidade do legalismo:
“Todavia, não há um só justo na terra, ninguém que pratique o bem e nunca peque”.
Não podemos agradar Deus ou encontrar liberdade no simples cumprimento de regras. Nunca foi possível. Nunca será. Infelizmente, a justiça auto-imputada sempre terá de apelar ao coração humano. Em minha opinião, o legalismo surge sob três condições:
#1- As regras tomam o lugar do relacionamento. Os fariseus tinham uma compreensão superficial de Deus e não se deleitavam na presença do Senhor. O sábado pertence por completo a Deus. Ele o criou para benefício dos seres humanos, e não para nos aprisionar.
O maior benefício que Cristo poderia proporcionar ao homem com a mão defeituosa era um relacionamento com o Salvador. Ele deu início àquele relacionamento por meio da cura. Não há muita dúvida a respeito de quem se deleitou mais em Cristo naquele dia – se foram os fariseus ou o homem que fora curado. Temos de ser cuidadosos. Quem estuda a palavra de Deus pode deixar escapar a alegria de sua caminhada cristã ao substituir o relacionamento pelas regras. O legalismo também ocorre quando:
#2 – O microscópio toma o lugar do espelho. Repare nas palavras de Mateus 12:10: os fariseus estavam “procurando um motivo para acusar”. Às vezes, os fariseus de nossos dias praticam um tipo de voyeurismo religioso, procurando um motivo para acusar os outros. Tendem a amar uma igreja água com açúcar porque não há entusiasmo no relacionamento deles com Deus. Olham para os erros dos outros para que tenham alguma coisa interessante para fazer na vida.
#3 – O desempenho toma o lugar da paixão. Se a motivação de alguém para a obediência é qualquer outra senão o amor e a devoção por Deus, isso significa que essa pessoa está ocupada demais com o legalismo e a caminho de um desastre. A obediência sem amor nada mais é do que lei. Deus fez uma descrição perfeita do legalismo em Isaías 29:13:
“Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. A adoração que me prestam é feita só de regras ensinadas pelos homens.”
Paremos um pouco para analisar o que se passa em nosso coração. Deus não mede a nossa temperatura espiritual em razão das palavras que proferimos; também não o faz a partir das coisas que os outros nos ensinam; menos ainda pelo serviço que prestamos. Deus avalia nossa situação espiritual quando olha para o nosso coração.
Há três fortes razões para tirar o imenso obstáculo da religiosidade / legalismo do caminho antes de prosseguirmos neste estudo.
1 – Esta jornada tem a ver com relacionamentos, e não com regras.
O meu desejo é que você se deleite totalmente na presença de Deus. O Senhor estabelecerá uma relação bem pessoal conosco se levarmos a sério essa questão de libertação. Às vezes, você terá seus olhos abertos para enxergar coisas que preferiria não ver. Como sei disso? Porque também estou nessa jornada! Quando você completar este estudo e alguém perguntar se gostou, quero que esteja em condições de dizer, com toda a sinceridade: “Eu me deleitei em Deus!”.
2 – Esta jornada tem a ver com você. Cada um de nós é protagonista.
3 – Esta jornada tem a ver com o coração.
Oro para que você cresça em conhecimento, mas não é esse o nosso propósito. Este estudo bíblico é dirigido ao coração, para que ele seja libertado de todas as cadeias que o impedem de aproveitar a liberdade abundante proporcionada pela salvação de Cristo.
Faço a você este apelo: não esconda nada de Deus durante sua jornada rumo à liberdade em Jesus.
“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
Acredito na seriedade de estudarmos esse assunto, visto ele ser mal compreendido no meio cristão. Nesse sentido, começarei EM BREVE uma série de artigos tratando de modo profundo sobre Religiosidade.
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